A obesidade é uma doença sem cura, mas com tratamento. O tipo de tratamento normalmente está relacionado ao grau da obesidade e ao fato de o paciente ter ou não doenças associadas. Basicamente, temos quatro tipos de tratamentos: o que é feito com uma reeducação alimentar e atividades físicas, os medicamentosos, os endoscópicos e os cirúrgicos. Lembrando que em todos, mudanças alimentares e prática regular de atividade física são indispensáveis para atingir – e manter – os resultados. No artigo de hoje, quero falar especificamente dos tratamentos endoscópicos.
Eu costumo dizer que é uma opção intermediária, recomendada para quem não obteve sucesso com os tratamentos convencionais, para quem não possui indicação de cirurgia bariátrica ou possui, mas não tem coragem de operar. Atualmente, temos duas opções de tratamento endoscópico para a obesidade: a Endossutura Gástrica e o Balão Intragástrico.
A Endossutura Gástrica é uma técnica de redução do estômago, que permite que o paciente perca até 20% do seu peso inicial. Ela difere-se da cirurgia bariátrica convencional por alguns motivos. Primeiro, porque ela não é uma cirurgia, é um tratamento feito por endoscopia, sem qualquer corte na parede abdominal do paciente. Segundo, porque ela pode ser realizada por pacientes portadores de obesidade leve, com IMC (Índice de Massa Corpórea) de 30 a 34,9, ou seja, que não têm indicação para a cirurgia convencional, permitida apenas para pacientes com IMC a partir de 35, que apresentam doenças causadas pela obesidade. E o terceiro ponto é que, por ser menos invasiva, a recuperação do paciente também é mais rápida. Paciente com IMC maior que 35 pode fazer? Pode, mas como a perda de peso fica em torno de 20%, talvez ele não chegue a ficar magro. No entanto, consegue reduzir a sua obesidade.
Já o balão intragástrico é indicado para pacientes com IMC acima de 27. A perda de peso também chega a 20% do peso inicial. Ele é colocado no estômago através de uma endoscopia e preenchido com cerca de 600 ml de soro. Este balão, que pode ficar de seis meses a um ano no estômago do paciente, ocupa boa parte do órgão, o que causa uma sensação de “estômago cheio”, que faz com que a pessoa ingira menos alimento. A colocação pode ser feita em consultório, com sedação. O balão pode ser considerado como uma oportunidade de adaptação a novos hábitos durante os meses do tratamento. Dessa forma, assim que ele for retirado, a ideia é que o paciente já tenha reestruturado seus hábitos, com condições de mantê-los, para continuar ou manter sua perda de peso.
Por Dr. Admar Concon Filho