Recentemente a cantora Preta Gil divulgou que foi diagnosticada com câncer do intestino e o início do tratamento. Antes dela, tivemos o falecimento do rei Pelé e do ex-jogador Roberto Dinamite, que lutavam contra a doença. Já abordei este assunto aqui na minha coluna, mas o momento é bem oportuno para eu voltar a falar sobre isso, principalmente, porque este é um dos tipos de câncer que mais podemos prevenir. E é sobre a prevenção que quero falar hoje.
Dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer) apontam que são diagnosticados cerca de 40 mil novos casos de câncer do intestino por ano no Brasil. Desse total, em torno de 30% são causados por fatores comportamentais, como sedentarismo, má alimentação e tabagismo. E as previsões não são otimistas. Se essa tendência continuar, a estimativa é que, até 2030, o número de casos aumente três vezes em homens e quase três em mulheres.
A boa notícia é que cerca de 30% dos casos podem ser evitados apenas adotando hábitos mais saudáveis, como uma boa alimentação, peso dentro do ideal, prática de atividades físicas, abandono de cigarro e do consumo de bebidas alcoólicas.
Outro ponto fundamental é a realização de colonoscopia preventiva. A maioria dos casos de câncer no intestino começa com um pólipo, uma pequena lesão (“verruga”) no cólon ou no reto, que, se retirado no início, não se transforma em um tumor. E a retirada é feita durante a colonoscopia, que também pode diagnosticar a doença em estágio precoce, quando as chances de cura são maiores.
Como o câncer do intestino é uma doença silenciosa (os sintomas costumam aparecer apenas em fases mais avançadas), é imprescindível fazer essa prevenção. Toda pessoa deve fazer o exame de colonoscopia com 50 anos. Se houver casos de câncer de intestino na família, esse exame deve ser feito mais precocemente, ou seja, 10 anos antes da idade que tinha o parente quando descobriu o problema. Isso significa que se este familiar teve câncer com 45 anos, você deve começar a fazer a colonoscopia aos 35 anos.
A colonoscopia é um exame indolor, realizado com o paciente sob sedação anestésica, portanto, ele não vê nada. Para fazê-la, é necessário um preparo que, na maioria das vezes, começa 48 horas antes, com uma alimentação mais leve e com a ingestão de remédios laxativos para que, na hora do exame, o intestino esteja limpo e permita uma boa visualização do órgão.
Como disse anteriormente, a incidência da doença está aumentando nos últimos anos. De forma geral, a população está mais exposta aos fatores de risco, que são os hábitos de vida pouco saudáveis. Nota-se, ainda, um aumento da incidência em pacientes mais jovens, com menos de 50 anos, principalmente os sedentários e obesos.
Faça a sua parte na prevenção e fique atento aos sintomas. Caso apresente algum deles, procure imediatamente um médico: sangue nas fezes, alterações do hábito intestinal, dor ou desconforto abdominal. Outros sintomas são fraqueza e anemia, perda de peso sem causa aparente e alteração na forma das fezes, que podem ficar muito finas e compridas.
Artigo por Dr. Admar Concon Filho
